SENTIMENTO OCEÂNICO: FINITUDES E INFINITUDES

 em Autoconhecimento

ANTONIO CARLOS TELLES – Psicanalista Clínico. Autor da obra (trilogia) “SER OCEÂNICO”: diálogos em luz, sombras e autorrealização

 

Ser Oceânico: Finitudes e Infinitudes

O Universo observável teria cerca de 2 trilhões de galáxias.[1] E o universo interior? O cientista Antonio Nobre [2]do INPE, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, diz que somos uma “galáxia ambulante de sistemas celulares”. Será oceânico o ser humano por ter 86 bilhões de neurônios e 100 trilhões de células? Isto é o corpo. E a alma psíquica? E se formos além? E se formos uma alma divina e imortal conectada a um centro divino universal? O quanto o oceânico depende de nossa imaginação? O que há de real?

Já nas duas primeiras páginas de sua obra clássica, Mal-Estar na Civilização (1930), o neurologista Sigmund Freud, pai da Psicanálise, fala da “sensação de eternidade”, do “sentimento de algo ilimitado”, sem barreiras, como que “oceânico” (p.10). São sentimentos compartilhados, em carta, por seu amigo Romain Rolland, Nobel Literatura 1915. Freud diz que não se convenceu “por experiência própria” desse sentimento de conexão ou união com o todo, mas disse: “isso não me autoriza a questionar sua ocorrência em outros” (p.11). Após o sentimento oceânico, Freud analisa a finalidade da vida, afirmando que o ser humano busca a felicidade, o prazer, e, ao mesmo tempo, busca evitar o desprazer.

Sonhos e Anseios do Ser e de Ser Mais

O ser humano sonha em ser feliz. Até se questiona: “o que é ser feliz?” “O quanto depende do que vem de dentro, o quanto do que vem de fora, de si”? Quer encontrar seu lugar no mundo. Quer livrar-se de sofrimentos, compreender porque sofre, e se há valor no sofrer. Mas, o quanto isso será possível sem que ele tenha coragem de se conhecer e se decifrar em profundidade? O quanto isso será possível sem que reconheça a dimensão oceânica da vida e de seu ser?

 

 

 

 

[1] Cerca de 20 vezes mais do que se imaginava. Foram coletados dados  durante 20 anos pelo telescópio espacial Hubble .(The Guardian, AFF Paris, 13/10/2016)
[2] NOBRE, 2019.
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