POR QUE UM “CHIEF SKILLS AND LEARNING OFFICER”?
Executivo de Educação Corporativa atinge o Topo no grupo C-Suite
ANTONIO CARLOS A. TELLES*

“Its Time For A C-Level Role Dedicated To Reskilling Workers” (1), artigo da Harvard Business Review (3/9/2019), assinado por três especialistas da McKinsey & Company, eleva a função de Treinamento & Desenvolvimento e sua liderança ao topo mais senior da organização, com um novo cargo: o Chief Skills and Learning Officer (CSLO).
Por que? Que novos desafios motivariam tal mudança? A sociedade digital e o futuro do trabalho, com aumento da automação e inteligência artificial? Como aprender a aprender, continuamente, de forma cada vez mais veloz, nesse novo cenário?
Algumas empresas de peso, tais como Amazon, SAP, Walmart, e AT&T, já começaram a desenhar planos detalhados para reter e requalificar amplos segmentos de sua força de trabalho.
Estratégias de crescimento não podem depender apenas da contratação de talentos “de fora”. O recrutamento dos talentos “de dentro” será fundamental. As organizações precisarão ganhar novas capacitações internamente, e, ao mesmo tempo, preservar o conhecimento funcional, a experiência e a compreensão sobre a cultura organizacional.
Como desenhar um roteiro que conecte funções atuais com as funções necessárias no futuro? Há três categorias a considerar:
- Pessoas que precisam aprender algumas habilidades e tecnologia para permanecerem na função atual ou similar;
- Pessoas que precisam de uma requalificação mais significativa para trocarem de função dentro da organização;
- Pessoas para as quais ainda não existe uma função imediata dentro da organização.
Como elaborar diferentes tipos de jornadas de aprendizagem para os colaboradores de modo a atender às mudanças de função e competências? O que mudará no conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes?
Como executar o treinamento? Cursos tradicionais em salas de aula? Cursos Online? Blended-Learning? Games? Com a tecnologia móvel cresce exponencialmente as opções de se chegar aos colaboradores, nos mais diferentes locais, proporcionando flexibilização de horário para o aprendizado, avaliação de sua compreensão do conteúdo, monitoramento do andamento do curso, questionários para avaliar a eficácia, etc. Recursos como multimídia, conteúdo interativo, e realidade virtual incluídos em Módulos Online podem propiciar experiências ricas e imersivas.
Como desenhar o treinamento eficaz, equilibrando teoria e prática, favorecendo ritmo adequado e experiência envolvente? Um caminho para encontrar a dose certa é convidar alguns colaboradores a participarem do desenho das trilhas de aprendizagem.
Seria mesmo hora de criar um cargo executivo, no mais alto escalão, o Chief Skills and Learning Officer (CSLO), dedicado à requalificação dos funcionários, como sugere o artigo da Harvard Business Review? Em que medida a necessidade de retreinar, redefinir e realocar talentos, transformará a Educação Corporativa numa função cada vez mais nobre e estratégica? Essas questões exigem sábia reflexão e ágil resposta da diretoria das organizações: o futuro é hoje!
Em 19/8/2019, 181 CEOs da Business Roundtable (1), redefiniram “o propósito de uma empresa”. Não mais obedecer apenas interesses dos acionistas, mas visar o benefício de todos os stakeholders: clientes, fornecedores, comunidades e funcionários. Assinaram esse novo compromisso público líderes máximos de empresas gigantes tais como Apple, American Airlines, Accenture, AT&T, Bank of America e Boeing. Para Jamie Dimon, Chairman d JPMorgan Chase & Co. e do Business Roundtable “investir nas comunidades e nos colaboradores é o único caminho para assegurar o sucesso de longo prazo”.
*Consultor Ética & Compliance (LRN), Estratégia, e Desenvolvimento de Pessoas & Lideranças
(1) Business Roundtable Redefines the Purpose of a Corporation, 19/8/2019


