ORGANIZAÇÃO À PROVA DE ESCÂNDALOS ? COMO É POSSÍVEL?
Na Harvard Business Review, edição Julho-Agosto, 2019, o artigo “How to Scandal-Proof Your Company” (1) nos dá a dimensão do desafio de Compliance. Na essência lança um questionamento. Se crescem, como nunca, os esforços para reprimir atividades ilegais, por que crimes como fraude, suborno, peculato e lavagem de dinheiro ainda são comuns nas corporações?
Em todo o mundo, há décadas, vem aumentando o esforço das organizações para criar mecanismos que evitem a má conduta. Elas investem pesadamente em Compliance. Elas até adotam políticas de tolerância zero. Porém, na prática, por que simplesmente aumentar regulamentação e controle não tem assegurado que crimes corporativos sejam evitados ou detectados antecipadamente?
Pesquisa da PwC, de 2018, revelou que “49% das 7.228 organizações constataram crimes econômicos e fraudes no ano anterior, e mais de 50% dos perpetradores eram “atores internos”.
Paul Healy e George Serafeim, ambos professores da Harvard Business School, concluíram que “a principal causa do problema não são regulamentações e sistemas de compliance ineficientes. São as lideranças fracas e falhas na cultura corporativa.”
Se a organização não souber trabalhar esses dois fatores críticos desperdiçará os investimentos em compliance. Como resolver esse dilema? Healy e Serafeim citam interessante exemplo de uma grande organização da indústria farmacêutica que enfrentou problemas de fraude. Como ela se posicionou diante desse fato? Escreveram um case sobre o incidente, utilizando-o nas sessões de treinamento para orientar as lideranças: diagnóstico de causas das irregularidades éticas e brainstorm sobre medidas que impediriam incidentes futuros. Fica a dica: use o erro como oportunidade efetiva de aprendizagem; transforme casos reais de má conduta ética em iniciativas de treinamento.
- Harvard Business Review, July–August 2019, Paul Healy e George Serafeim.


