COMÉRCIO DE LIVROS NA PANDEMIA
No sebo Lima Barreto, em Ipanema, nenhum funcionário teve de ser dispensado. “Enxugamos muito os nossos custos e realizamos todas as vendas através do nosso e-commerce”, afirma Benjamin Magalhães, proprietário da loja.
Com a pandemia, Magalhães percebe algumas mudanças na demanda dos clientes. “Tem saído muita coisa de religião, até uma certa autoajuda. Também vendemos muitos livros de filosofia e psicanálise, o que chega a ser um paradoxo”, diz.
A alteração no gosto da clientela também é percebida em outras livrarias. “Por conta do período de isolamento, as pessoas estão com coragem de encarar livros maiores, como Guerra e Paz, do Tolstói, e A montanha mágica, do Thomas Mann”, relata Marcus Gasparian. Para Rui Campos, a primazia das vendas online tirou o grande interesse pelos lançamentos.
“As pessoas retornaram à leitura de clássicos, que já não eram best-sellers, como A Peste, de Albert Camus. Há também um crescimento da venda de biografias e livros históricos”, reflete.
Fonte: Veja, 9/6/2020
